13/11/2020

Amigos faturam vendendo dadinhos de tapioca congelados em supermercados

Bernard Stern e Alan Hadid Vaicberg são fundadores da Haru's, que vende a iguaria a preços populares em redes de supermercados presentes em 14 estados brasileiros.

Bernard Stern e Alan Hadid Vaicberg, ambos com 26 anos, são amigos de infância. Os dois são fundadores da Haru’s, que neste ano começou a produzir e vender dadinhos de tapioca congelados em redes de supermercados em 14 estados brasileiros. Os empreendedores estimam faturar R$ 8 milhões até o final do ano.

Os dois já trabalham no ramo de alimentação há algum tempo, mas de formas diferentes. Vaicberg tem um restaurante japonês no Rio de Janeiro há cerca de sete anos, e Stern atua com inteligência de negócios em alimentação. Eles viram uma oportunidade de empreender juntos em 2017, com um insight de Vaicberg, a partir de um dos itens mais vendidos no estabelecimento: o hot filadélfia.

De acordo com ele, o produto era bastante requisitado também em pedidos via delivery, mas nem todos os pedidos chegavam com a mesma qualidade do que era servido no restaurante.  “Era um dos únicos [itens] que realmente não era cru e tampouco japonês, era americanizado. Comecei a pensar que ele poderia ser congelado para consumo final”, diz Vaicberg.

Depois de apresentar a ideia para Stern, eles desenvolveram o produto e investiram aos poucos na produção, até que começaram a enviar para supermercados. De acordo com eles, chegaram a vender 150 mil unidades por mês. No entanto, mesmo com o bom resultado, decidiram descontinuar a produção no início deste ano, temporariamente, pois a matéria-prima, cotada em dólar, passou a ser um impeditivo. "Nossa proposta é democratizar os produtos, não poderíamos subir o preço para o consumidor", diz Stern.

Paralelamente ao hot filadélfia, eles vinham desenvolvendo outro produto desde o ano passado: o dadinho de tapioca. Os dois entenderam que tinham um vasto mercado para explorar sob o conceito de “democratizar” itens que são gourmetizados, mas que têm potencial para chegar à mesa dos brasileiros.

O dadinho criado pelos empreendedores tem uma receita diferente da tradicional: sai o queijo coalho e entra o queijo mineiro em 20% da composição. Além disso, a partir de 2020, o produto passou a ser vendido em três sabores diferentes: tradicional, cebola e calabresa, em embalagens de 300g (R$ 14,90) e 1kg (R$ 39,90).

“Uma das coisas mais difíceis na abertura de um novo negócio é o fluxo de clientes, coisa que o supermercado já possui. Por exemplo, quando os dadinhos foram lançados na rede carioca de supermercados Zona Sul, em fevereiro de 2020, em cinco dias o estoque previsto para 30 dias acabou”, afirma Vaicberg.

Hoje, o varejo representa cerca de 82% das vendas, mas restaurantes já respondem por 20% e o e-commerce próprio, que atende apenas Rio e São Paulo, por 8%.

Apenas com a venda de dadinhos, a Haru's cresceu 500% no faturamento em 2020, em relação ao mesmo período do ano passado. Os empreendedores acreditam que parte desse resultado se deva ao maior movimento nas redes supermercadistas, nos períodos mais rígidos do isolamento social, mas  também à característica de "petisco" dos produtos.

“As pessoas estão carentes de um agrado, de uma novidade. Acreditamos que nossos produtos são pequenos agrados que os consumidores podem dar a si mesmos no decorrer do dia. É um item bastante versátil”, explica Stern.

No segundo semestre, eles firmaram parceria com outra grande rede de supermercados do Rio de Janeiro, o Guanabara, e esperam elevar o faturamento mensal, só com dadinhos, para R$ 1 milhão, a partir de janeiro.

Para 2021, eles pretedem trazer novos produtos para o catálogo, com a mesma proposta de "desgourmetização". O próprio hot filadélfia vem sendo reformulado para voltar às gôndolas com um preço amigável. Com as novidades, eles esperam mais que triplicar o faturamento esperado para 2020 e chegar a R$ 25 milhões em 2021. 

Além dos novos produtos, os empreendedores vêm trabalhando na expansão. Com espaço nas grandes redes, a estratégia vai ser buscar supermercados em cidades menores paa aumentar a escala dos produtos. Hoje, a Haru’s tem uma fábrica própria em Lagoa Formosa (MG) e centros de distribuição em São Paulo e Rio de Janeiro.

Fonte:https://revistapegn.globo.com/Banco-de-ideias/Alimentacao/noticia/2020/11/amigos-faturam-vendendo-dadinhos-de-tapioca-congelados-em-supermercados.html