07/04/2021

Apesar de queda de 25% no faturamento, empresa de brownies foca em expansão

Vendas pelo B2B representavam mais de 70% do faturamento do Brownie do Luiz; empresa cortou gastos e investiu na abertura de uma unidade em SP

Luiz Quinderé, hoje mais conhecido como Luiz do Brownie, começou a fazer doces quando tinha apenas 15 anos, em 2005. Conseguiu se tornar um sucesso e, no início de 2020, já tinha quatro lojas próprias do Brownie do Luiz no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Mas, assim como outros empreendedores, ele levou um baque com a pandemia — que causou uma queda de 25% do faturamento no ano em relação a 2019.

O foco do negócio era o B2B com mercados, cafeterias e lojas de conveniência que vendiam seus produtos e representavam mais de 70% do faturamento do Brownie do Luiz. “Tivemos um nível de inadimplência muito alto. Várias empresas fecharam as portas e ficaram nos devendo”, diz o empreendedor.

Foi o momento de cortar gastos. “Tivemos que reformular a empresa inteira, inclusive reduzindo o plano de saúde dos funcionários. A parte mais difícil foi ter que fazer demissões”, diz Quinderé. Além disso, ele entrou em contato com seus fornecedores para renegociar suas dívidas — assim como conversou com quem estava devendo para ele.

As lojas próprias do Brownie do Luiz também tiveram uma queda de faturamento, mas foi uma redução menor do que as vendas B2B. Isso foi possível com a ajuda do delivery e uso de aplicativos. Quinderé conta que, em que uma das estratégias foi utilizar a loja de uma amiga que estava fechada. Durante 30 dias, no começo da pandemia, eles usaram o local como estoque do Brownie do Luiz e conseguiram atender, via iFood, o entorno da Barra da Tijuca.

“Nós tínhamos muitos clientes naquela região, que compravam de revendedores que estavam fechados. Foi um projeto que executamos muito rápido, olhando para o único canal que estava podendo funcionar no momento”, afirma. 

Apesar do cenário negativo, o empreendedor observou uma oportunidade no mercado imobiliário, já que muitas lojas estavam mudando de espaço por causa da crise. Então, a empresa usou um financiamento do governo para abrir uma nova unidade em Higienópolis, São Paulo.

“Além de a loja funcionar, ela serve de centro logístico para reduzir o frete para B2B”, diz Quinderé. Hoje, as vendas pelas cinco lojas próprias representam 40% do faturamento total da empresa.

Outra estratégia foi se aproximar de potenciais parceiros, como a Nestlé, para fazer um brownie zero açúcar. A marca também se juntou ao Botafogo e fez um rótulo personalizado com as novas camisetas do time para a Páscoa.

A expectativa para 2021 é igualar o faturamento de 2019, abrindo mais uma unidade em breve e mapeando outras oportunidades de parcerias.

Fonte:https://revistapegn.globo.com/Banco-de-ideias/Alimentacao/noticia/2021/04/apesar-de-queda-de-25-no-faturamento-empresa-de-brownies-foca-em-expansao.html