08/06/2021

Como a parceria com uma cervejaria ajudou franquia de fish and tips a "vender o peixe" na pandemia

FiChip lançou um quiosque dentro da fábrica da Germânia, que passou a ser franqueado durante a pandemia. Empresa dobrou número de unidades vendidas com atuação em supermercados.

O primeiro quiosque da franquia FiChips, especializada no prato inglês fish and chips, em parceria com cervejaria Germânia foi inaugurado em janeiro do ano passado. O projeto arquitetônico havia sido elaborado ao longo de 2019 e o fundador da franquia, Hermes Bernardo estava animado com os próximos meses: tinha vendido 25 unidades em 2019, 150% a mais do que a meta original, e esperava que o mar também estivesse para peixe em 2020, mas ele precisou recalcular a rota para não tomar um caldo com a chegada da pandemia.

O quiosque estava localizado no final da tour que os visitantes fazem na fábrica, o que ajudou a dar visibilidade para a rede de peixe frito. Depois do período de teste, e com a pandemia já em andamento, ele passou a executar outra parceria, dessa vez com o Grupo Pão de Açúcar, para vender franquias de quiosque co-branding FiChips e Germânia, para supermercados e redes atacadistas, e isso acabou ajudando a marca a passar pelo período com menos prejuízos – mesmo sem autorização para consumo no local, os clientes podiam levar para consumir em casa ou pedir via delivery. 

Isso ajudou com que a marca conseguisse repetir o feito em número de novas franquias vendidas em 2020: chegou a 26, somando 51 no total. Hoje, 22 dessas lojas já foram inauguradas. A pandemia acabou mudando um pouco o retrato geral da empresa: antes, 70% das franquias da marca estavam em shopping centers, agora são 55%. Outros 20% são quiosques em redes supermercadistas e 15% são lojas de rua em formato de pubs. Para 2021, Bernardo pretende chegar a 100 contratos fechados e 55 lojas abertas.

A parceria com a Germânia, que fornece os chopes para as franquias, também tem ajudado o empreendedor a chegar a mais cidades: a unidade de Atibaia, no interior paulista, por exemplo, foi inaugurada por um distribuidor da bebida localmente que queria incrementar a oferta de sua empresa. O contrato entre a FiChips e a Germânia é vigente apenas para o estado de São Paulo. Em outras regiões, a franquia tem parcerias com outras distribuidoras ou fornecedoras locais.

E não é só na bebida que Bernardo precisa ter um olhar regional para cada unidade inaugurada. O empreendedor adaptou a receita quando trouxe o prato para o país, trocando o bacalhau, do combinado original londrino, pela tilápia, mais comum no prato do brasileiro. “O molho tártaro permanece, mas tem gente que gosta de comer com limão. Além disso, o nosso cardápio foi pensado para não ser de monoproduto, tem uma gama com doces e salgados. Temos até hambúrguer.”

Mas isso varia a cada região que a FiChips chega. Na recém-inaugurada loja de Belém, no Pará, por exemplo, os clientes degustam uma pescada amarela, que traz a mesma sensação, de acordo com o empreendedor, e também não tem espinhos. “Lá não se come tilápia. Em cada estado nós testamos os peixes locais e homologamos.”

Apesar de ter “abrasileirado” o prato, a ideia é que o cliente passe um tempo em um pub inglês quando visita alguma das franquias da marca. O personagem Aquiles é um guarda Real britânico em formato de totem, responsável por entregar os cardápios em todas as lojas da FiChips. Mas ele ganhou vida recentemente: “Sempre que inauguramos uma unidade, levamos um ator freelancer para interpretar o Aquiles. Mandamos fazer uma roupa e sempre enviamos para uma lavanderia que temos parceria e direcionamos para o próximo franqueado.”

Atualmente, Bernardo também já trabalha em sua primeira unidade internacional, em Portugal. A previsão era ter inaugurado em fevereiro de 2020, mas acabou sendo adiado para meados de julho a agosto deste ano.

Franquia FiChips

Hoje, a FiChips trabalha com quatro modelos de franquia. Loja de rua Pub, que demanda um investimento inicial de R$ 208 mil; Loja de shopping center, que custa a partir de R$ 250 mil; Contêiner, por R$ 190 mil; e o Quiosque, que é o modelo mais em conta e sai por R$ 149 mil. Todos os formatos são habilitados para trabalhar com delivery e incluem taxa de franquia, equipamentos, estoque inicial e capital de giro.

Há também um outro modelo exclusivo para take away e delivery, que sai por R$ 93 mil, mas Bernardo diz que a expansão é mais moderada, pois não considera zonas que a franqueadora julga relevantes para os pontos físicos. “Sair para comer é entretenimento. Tem uma demanda reprimida que vai voltar com força restaurantes quando a situação estiver mais controlada.”

Fonte:https://revistapegn.globo.com/Franquias/noticia/2021/06/como-parceria-com-cervejaria-ajudou-franquia-mais-barata-de-fish-and-tips.html