22/05/2019

ELA LARGOU CARREIRA NO BANCO PARA ABRIR STARTUP DE PATINETES ELÉTRICOS

Paula Nader chegou ao cargo de diretora de marketing do Santander. Hoje, está à frente das marcas Grin e Yellow.

Paula Nader teve uma longa e bem-sucedida carreira em instituições bancárias antes de virar empreendedora. Após se formar em marketing, a executiva de 47 anos trabalhou no Nacional, no Unibanco e no Bank Boston. Mas se destacou mesmo após ingressar no ABN Real, no final do ano 2000.

Ali, ajudou a mudar a imagem do banco, que passou a assumir uma postura mais sustentável. “Começamos a atrair mais talentos e ter menos reclamações”, diz. Quando Paula chegou, o Real era o sétimo maior banco privado do país; sete anos depois, era o terceiro.

Acabou comprado pelo Santander, onde Paula se tornaria a CMO (Chief Marketing Officer) e passaria a coordenar 200 subordinados diretos e um orçamento anual de R$ 400 milhões.

O sucesso cobrava o seu preço. “Todo dia eu chegava em casa, abria o celular e tinha 600 mensagens atrasadas para olhar”, diz. Paula se sentia sufocada pela rotina e sofria com questões de política corporativa.

A partir de 2016, a executiva passou a se reportar para novos superiores, com os quais não se entendia bem. Em novembro de 2017, descontente com o rumo que a carreira tinha tomado, cruzou a catraca do banco pela última vez.

Em agosto passado, Paula se tornou cofundadora da Ride, uma marca de patinetes elétricos compartilhados. Em pouco tempo, a empresa protagonizou uma surpreendente sequência de parcerias estratégicas. Dois meses após o lançamento, a startup se fundiu com a mexicana Grin. Em janeiro, outra fusão, dessa vez com a Yellow, que estava entrando no ramo dos patinetes.

A companhia resultante chegou a 2 mil patinetes em São Paulo e entrou nos mercados do Rio de Janeiro e de Florianópolis. Também passou a ter operações em outras capitais latinas, como Lima, Bogotá e Santiago. “Já somos a terceira maior marca do setor no mundo [atrás das americanas Bird e Lime]”, diz Paula.

A nova fase, às vezes, parece uma maravilha. “Sinto uma paixão que nunca tinha sentido. A startup é a primeira coisa que você pensa ao acordar e a última antes de dormir”, conta. Não faltam, porém, dificuldades inesperadas. “Voltei a fazer coisas que não fazia há 20 anos. Como, por exemplo, achar um fornecedor de adesivos e ter de negociar com ele.”

O certo é que a vida da ex-executiva nunca mais foi a mesma. “Agora, se quiser, vou trabalhar de chinelo”, brinca. “E sinto que estou resolvendo um problema real da cidade. Mesmo se não der certo, terá valido a pena.”

Fonte:https://revistapegn.globo.com/Mulheres-empreendedoras/noticia/2019/05/ela-largou-carreira-no-banco-para-abrir-startup-de-patinetes-eletricos.html