20/01/2020

Ele vendia carros de amigos e hoje tem franquia de corretores online que deve faturar R$ 7 mi

Márcio Leitão é fundador da BMZ Auto Brokers, rede que vende veículos enquanto proprietário continua usando o carro.

O brasileiro voltou a trocar de carro em 2019. De acordo com a Fenabrave, foram quase 2,8 milhões de emplacamentos de carros comerciais leves, caminhões e ônibus no período. As perspectivas para 2020 também são de crescimento e o empreendedor Márcio Leitão, 33, espera faturar alto com isso.

Ele fundou a rede de franquias de corretores de veículos BMZ Auto Brokers no ano passado. Após faturar R$ 2 milhões em 2019, espera chegar a R$ 7 milhões em 2020.

Em volume de negócios, ele projeta movimentar R$ 162 milhões com 2,5 mil carros negociados. Para atingir esse resultado, ele anuncia investimento de R$ 1,4 milhão em divulgação e participação em feiras de franquias.

Venda informal de veículos
O interesse pela área começou em 2005, quando Leitão ainda tinha um lava rápido e começou a intermediar negociações de venda de veículos de amigos e conhecidos. Ele era comissionado pelas transações e viu que esse poderia ser um bom negócio. Aos poucos, passou a receber demanda de pessoas que não conhecia e, com o tempo, formou uma carteira de clientes. Quando percebeu, o faturamento do serviço já superava o do lava rápido.

Quando tentou vender o próprio carro, no entanto, Leitão percebeu que precisaria profissionalizar a prática. Ele mora em Mogi Guaçu (SP) e não teve sucesso no repasse do modelo esportivo na região. "Minha cidade é pequena, as lojas não compravam, tentei vender para concessionárias de Campinas ou São Paulo, mas o valor que ofereciam era abaixo do valor de mercado. Como o carro estava todo financiado eu não queria ficar sem ele. Queria usar, vender e depois poder comprar outro."

Em 2017, depois de quase onze anos atuando com esse serviço, Leitão percebeu que não faria sentido seguir da mesma forma. A profissão não era regulamentada, o que fazia surgir novos concorrentes todos os dias, que atuavam de formas variadas. "Foi aí que eu entendi que o mercado estava mudando. Fui para os Estados Unidos e conheci o modelo de auto broker. Passei a estudar o consumidor, fazer algumas pesquisas, e transpus esse conceito para cá."

Ele conta que queria se tornar uma “quarta alternativa” à venda de carros no Brasil. De acordo com ele, a primeira é a concessionária, o que faz com que o veículo sofra uma depreciação muito grande; a segunda é deixar o carro consignado na loja – o que pode levar até 90 dias para o repasse; e a terceira é anunciar na internet, o que envolve todos os riscos possíveis.

A alternativa que Leitão trouxe dos Estados Unidos ainda não era comum por aqui. "O auto broker vai até a casa do cliente, faz a precificação, tira fotos profissionais, faz a captação com o proprietário e administra toda a parte de anúncios. O carro continua com o proprietário enquanto o franqueado expõe e vende. Somente quando tiver uma proposta real interessada é que agendamos a vistoria." Ele explica que há opção de financiamento com os principais bancos e garantia de um ano no carro.

Durante a incursão nos EUA, Leitão entendeu que a melhor forma de ter controle sobre tudo seria expandir o negócio por meio de franquias. "Aqui, precisamos nos adequar ao Detran e mexer na precificação. Também tivemos que desenvolver uma tabela de preços para que os franqueados consigam trabalhar"

Como funciona a franquia
Os franqueados podem atuar em home office e o investimento inicial é de R$ 20 mil. "O trabalho dele é prospectar o cliente, fazer a captação do veículo, tirar as fotos e incluir as informações no nosso portal. Além do investimento, cobramos royalties de 1,2% do carro que ele negociar. A comissão que ele recebe por venda é de 6%". O retorno de investimento informado é em torno de oito a doze meses.

Leitão garante que o franqueado não é um representante comercial da franqueadora, e sim um empresário com as próprias ferramentas para negociação. "Cada um tem sua concessionária digital virtual. É um site próprio. Então, cada um deles tem o seu próprio CNPJ, sua própria plataforma. O carro que ele capta só ele pode vender e receber 100% da captação."

A franquia também oferece uma espécie de estoque compartilhado. Se um cliente de Ribeirão Preto, por exemplo, quiser comprar um carro que só está disponível no portfólio do franqueado de Mogi Guaçu, é possível realizar a venda e a comissão é dividida entre os franqueados. "Hoje estamos com 400 carros e 17 franquias implementadas."

 

Para ajudar o franqueado na captação de veículos, a rede disponibiliza um aplicativo com um checklist de tudo que tem quer ser feito no processo. "Tem dashboard para acompanhar a rede, os carros que são mais vendidos e os parâmetros. A partir do momento em que ele faz a negociação, fazemos uma vistoria técnica, com empresa parceira."

Caso o cliente deprecie o veículo durante o período do anúncio, o franqueado e a vistoria técnica analisam o grau de alteração. Se for grave, o veículo é retirado do portfólio de revenda.

Fonte:https://revistapegn.globo.com/Franquias/noticia/2020/01/ele-vendia-carros-de-amigos-e-hoje-tem-franquia-de-corretores-online-que-deve-faturar-r-7-mi.html