04/09/2020

Empreendedora fatura R$ 70 mil por mês com chocolate feito de cacau da Amazônia

Luisa Abram fundou sua marca de chocolate quando estava no último semestre da faculdade; hoje, exporta para países como EUA, Canadá, França, Espanha e Austrália.

gastronomia sempre foi algo presente na vida de Luisa Abram, 28. Quando tinha cinco anos, gostava de preparar bolos e salgadinhos com a avó na cozinha de sua casa. O passatempo de criança virou profissão e hoje ela é dona de uma marca de chocolates que leva seu nome e fatura R$ 70 mil por mês.

O negócio começou em agosto de 2014, quando ela estava no último semestre da faculdade de Gastronomia, em São Paulo. Folheando um livro de receitas, Luisa encontrou instruções de como fazer chocolates. “Eram só seis imagens ensinando e parecia algo simples de se fazer. Então eu resolvi tentar, mas queria usar um cacau especial”, diz a empreendedora.

Em suas pesquisas para entender mais do fruto, Luisa viu que a maior parte do cacau do Brasil vinha do Pará e da Bahia, mas ela ainda queria algo que fosse único. Foi quando descobriu que o fruto era nativo da Amazônia. “Quando vi que temos uma floresta gigantesca e não aproveitamos tanto o cacau de lá, decidi ir conhecer. Sempre foi um sonho meu entender mais da floresta”, afirma.

Ela encontrou uma cooperativa que ficava no Acre e que trabalhava com um cacau que seria interessante como matéria-prima. Chegando na Amazônia, Luisa ficou impressionada de ver a quantidade de cacau que não era consumida e ficava perdida na floresta. A jovem percebeu que poderia usar essa oportunidade para contar a história da floresta e do cacau, ao mesmo tempo em que ajudaria comunidades ribeirinhas que, muitas vezes, deixavam o fruto para os passarinhos comerem.

Quando voltou para São Paulo com 20kg de cacau seco e fermentado, começou a fazer testes para produzir a sua primeira barra de chocolate.

Depois que a receita deu certo, começou a ir atrás de possíveis compradores. O primeiro cliente foi um restaurante que revendia as barras de chocolate e também as usava na cozinha para preparar sobremesas.

Mas, desde o começo, Luisa já focou na exportação e começou a mandar para outros países para que degustassem o seu produto. A primeira venda foi para a Inglaterra, país em que ela nasceu e onde morou por alguns anos.

Negócio de família

Quando começou o seu negócio, Luisa fabricava os chocolates dentro de casa mesmo, em uma cozinha de 6m². Mas as vendas de chocolate cresceram tanto que ela teve que mudar para um espaço maior e chamar sua família para ajudar. A primeira foi sua irmã Andréia, que trabalhava como advogada e estava insatisfeita no escritório.

Depois disso vieram seu pai, que cuida da parte financeira, e a mãe, responsável pela organização dos produtos, cuidando do estoque e da separação dos chocolates. 

Atualmente, o maior cliente está nos Estados Unidos, que distribui chocolates para o Canadá e para a Europa. Além disso, o chocolate Luisa Abram também pode ser encontrado na Austrália, Nova Zelândia, França e Espanha. Com todas essas vendas, a meta é que o faturamento chegue a R$ 800 mil no final de 2020.

Mas, para a empreendedora, o mais importante do negócio é poder valorizar o local em que os chocolates são feitos. “Tem muito estereótipo de que chocolate tem que ser da Bélgica ou da Suíça, mas é importante também experimentar coisas novas”, afirma.

Fonte:https://revistapegn.globo.com/Mulheres-empreendedoras/noticia/2020/09/empreendedora-fatura-r-70-mil-por-mes-com-chocolate-feito-de-cacau-da-amazonia.html