Por Elis Martins
De volta ao Recife pelo segundo ano consecutivo, o Movimento Empreenda realizou na noite de terça-feira (2/9) seu segundo evento em 2014. Cerca de 250 pessoas assistiram a duas palestras e a um debate sobre empreendedorismo no auditório do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. Para abrir as apresentações, Fabio Pires contou a história da rede Jurandir Pires, fundada há 53 anos por seu pai, Jurandir Pires, que começou a vender tecidos em Afogados da Ingazeira, no sertão de Pernambuco. “Meu pai teve um sonho e seu primeiro lance de empreendedorismo foi querer sair da pobreza que era a seca do sertão”, diz.
Agora com 79 anos, Jurandir viu uma oportunidade de negócio ao pensar em não comprar os tecidos apenas de caixeiros-viajantes. Em vez disso, começou ir a buscar matéria-prima no Recife. Não contente em buscar tecidos na capital, foi também a São Paulo. “Isso foi em 1960. Meu pai não conseguiu comprar direto de São Paulo porque precisava estar estabelecido na capital. E foi assim que ele abriu a primeira loja no Recife. Mas, quando veio tinha pouco capital e eu nasci”, diz Fabio. Os tempos seguintes foram difíceis, com a seca e muita pobreza. Jurandir pensou em voltar com a família para o sertão, mas enfrentou os problemas e ficou.
Aos poucos, o negócio foi crescendo e nos anos 90 os filhos também entraram na administração. “Fui carregador, contínuo, limpei o chão da loja e me orgulho muito disso”. Nos últimos anos, a Jurandir Pires tem 10 unidades em cinco estados: Pernambuco, Alagoas, Bahia, Paraíba e Sergipe, e se prepara para aportar em mais um, Fortaleza, ainda este ano, em Caruaru, no Agreste do Estado.
Mas nem tudo foi simples nos últimos anos na Jurandir Pires. “A crise de 2008 foi muito dura. Perdemos muito dinheiro”, afirma. “Eu me lembro que no dia 30 de abril de 2009, estávamos decidindo se íamos ou não abrir a loja no dia seguinte, que era feriado. Meu pai chegou e disse que não havia crise, que nós precisámos trabalhar.”
Para Fabio, um negócio de sucesso depende de planejamento, com controle de fluxo de caixa, uma cadeia de sortimento e, principalmente, de bons colaboradores. “Bons profissionais se pagam.” Fabio defende a ideia de que o empreendedor que não acredita em seu negócio está fadado ao insucesso. “Empreendedorismo é conhecer o mercado, assumir riscos calculados, ter paciência, disciplina. É criar um ambiente de trabalho competitivo, mas saudável.”
Fonte: http://movimentoempreenda.revistapegn.globo.com/news/2014/09/empreender-e-assumir-riscos-calculados-ter-disciplina-e-paciencia-260.html