11/10/2019

ESTA MARCA FAZ SUCESSO COM CAMISETAS QUE VÃO DO PP AO GG2

uliana Zanin e sua sobrinha, Luísa Morato, tinham dificuldade para achar a peça perfeita. Por isso, decidiram criar a própria marca: a Camys, que faturou R$ 4 milhões em um ano.

Assim como a maioria das mulheres, Juliana Zanin e sua sobrinha, Luísa Morato tinham dificuldades para achar a camiseta perfeita. Elas não gostavam de peças curtas e apertadas e achavam que as opções disponíveis nas lojas não eram muito confortáveis. 

As duas, que além de familiares são advogadas, decidiram unir essa insatisfação com o desejo de empreender e abriram a Camys, um e-commerce de camisetas básicas que têm uma ampla variedade de tamanhos, do PP ao GG2 – ou dos números 34 ao 58. Ainda neste mês, a marca deve abrir a primeira loja física em São Paulo.

Há muitos anos, Luísa já tinha o desejo de abrir uma marca de roupas básicas. “Eu sentia falta de algo assim no mercado”, afirma a empreendedora. Trabalhando em escritórios de advocacia, existia a necessidade de peças neutras para usar. Ao mesmo tempo, Juliana tinha dificuldade de encontrar peças do seu tamanho e que fossem confortáveis.

Mas só em 2018 que elas se uniram para tentar solucionar esse problema e começaram a desenhar a camiseta perfeita.

Foram cerca de 70 modelos. “Demoramos no processo. Encontramos muitos obstáculos para solucionar”, diz Luísa. Para testar as peças, as empreendedoras produziam uma quantidade pequena de cada tamanho e as distribuíram entre amigas e familiares. “Queríamos achar a melhor modelagem para a maior quantidade de mulheres possível”, afirma.

Outra complicação é que as empreendedoras queriam vender camisetas de malha de algodão egípcio, porque o material é mais confortável na opinião delas. O problema é que, como o tecido se encolhe e se enrola quando cortado, as sócias encontraram resistência de fornecedores. Foram oito negativas de fabricantes até que as duas encontraram o parceiro ideal. “É um processo produtivo difícil, mas que vale a pena.”

Outro ponto que incomodava as empreendedoras eram as etiquetas — elas normalmente as cortavam assim que compravam uma camiseta. Para facilitar a vida das pessoas que também se irritam com as etiquetas, a Camys usa apenas versões de papel, mais fácil de remover. 

Logo no início da criação da marca, as duas largaram a carreira no direito, principalmente por conta da demanda que a empresa tinha. “Estávamos cansadas do meio jurídico e percebemos que precisávamos nos doar 100% para o projeto vingar”, diz Luísa.

Além de criar a camiseta ideal, as empreendedoras tinham que formatar a empresa e tirar a ideia do papel. O primeiro site da marca, por exemplo, foi desenvolvido pelas duas. “Encomendamos o e-commerce com outra empresa. que atrasou a entrega em seis meses; então pensamos: se a gente não fizer, o projeto não vai para a frente”, afirma. Em setembro de 2018, o projeto foi lançado oficialmente.

As primeiras camisetas da Camys foram feitas em três cores: preto, branco e cinza. “Pensamos em cores que podem ser usadas em qualquer momento”, diz Luísa. Mas conforme a empresa foi crescendo, as empreendedoras receberam pedidos para oferecer mais cores.

Para testar as novidades, a marca lançava modelos coloridos em edições limitadas. “Era uma maneira de arrecadar dinheiro para a loja física", afirma. Apesar das experimentações, a ideia é manter sempre as peças mais básicas.

Luísa e Juliana pretendem também aumentar ainda mais os tamanhos das peças, que já são maiores do que a modelagem encontrada nas grandes varejistas. "Vamos além.Todo corpo merece conforto”, afirma Luísa.

Segundo as empreendedoras, a fim de tornar o negócio mais sustentável, a Camys não usa plástico em nenhuma etapa da produção. Os pedidos são enviados, por exemplo, dentro de tecidos, copos e caixas. 

Elas afirmam que o processo de tornar a marca mais sustentável é contínuo. “Estamos sempre tentando melhorar”, afirma Luísa. “É um dos nossos principais valores.”

Antes da criação do negócio, Luísa e Juliana moravam em Belo Horizonte. Mas as duas viam que o mercado da moda em São Paulo era mais forte do que na cidade mineira. Por isso, em um primeiro momento decidiram abrir um e-commerce em vez de um ponto físico. “Assim seria mais fácil atingir mais gente”, diz Juliana.

No entanto, quando decidiram abrir um ponto, as duas se mudaram para a capital paulista. Além disso, elas afirmam que conseguem ficar mais próximas de fornecedores e outras empresas na cidade. “Queríamos estar mais próximas do mercado e dos clientes”, afirma Luísa.

Um ano após a criação da Camys, o faturamento do negócio chegou a R$ 4 milhões. Segundo as empreendedoras, o tíquete médio da marca é de R$ 370.

Fonte:https://revistapegn.globo.com/Mulheres-empreendedoras/noticia/2019/10/esta-marca-faz-sucesso-com-camisetas-que-vao-do-pp-ao-gg2.html