03/03/2021

Ex-ajudante de pedreiro fatura R$ 800 mil com franquia de equipamentos para construção

Erivan Rodrigues da Silva saiu do Nordeste para tentar uma vida melhor em São Paulo, começou como assistente de pedreiro, cresceu na área e hoje é dono de uma franquia Casa do Construtor.

Atingir o primeiro milhão de faturamento em 2021 é o objetivo do ex-ajudante de pedreiro e empreendedor Erivan Rodrigues da Silva, 40, franqueado da Casa do Construtor. Ele comanda a franquia de Piedade, no interior de São Paulo, que conseguiu uma receita bruta de R$ 800 mil em 2020, e acabou de abrir uma segunda unidade em Pilar do Sul, na Região Metropolina de Sorocaba, também no estado paulista. 

Por volta do ano 2000, Silva foi um dos muitos brasileiros que deixou sua cidade-natal, no Nordeste, para tentar uma vida melhor em São Paulo. Nascido em Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, a pouco mais de 100 km de Natal, ele foi parar em Piedade, pois já tinha um irmão que morava na região e trabalhava na área de construção civil. Assim, começou a ajudá-lo como assistente de pedreiro.

“A minha responsabilidade era servir massa para o pessoal. Mas eu via aquele trabalho e pensava que tinha como melhorar. Na hora do almoço, passei a comer rapidinho e ia assentar tijolo para fazer paredes e aprender. Quando [os pedreiros] retornavam, eram surpreendidos por uma parede torta e derrubavam no chute. Eu não ficava triste, dizia que no dia seguinte faria melhor e, entre tentativas e erros, um dia deu certo e a parede ficou perfeita”, explica Silva.

A persistência fez com que ele conseguisse aprimorar as técnicas, ganhar a admiração dos demais e passasse a galgar novos postos dentro da construção civil. Cinco anos depois de sua chegada, já liderava uma equipe como encarregado. “Depois de 10 anos eu já conseguia gerar empregos, tinha uma equipe de 50 profissionais. Passei a comprar terrenos e a construir casas para vender. Dessa forma, consegui economizar e guardar um valor que mais para frente me ajudaria a ser dono do meu próprio negócio.”

 

Em 2014, com o contexto da Copa do Mundo no Brasil, Silva viu o próspero mercado de construção começar a perder terreno. Ele, então, pensou em juntar as economias e empreender com um negócio no Nordeste, deixando tudo para trás. A ideia era abrir uma franquia da rede de aluguel de equipamentos para construção Casa do Construtor em Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Ele já era cliente da empresa desde meados de 2011, na unidade de Piedade. Quando o proprietário da loja soube do interesse de Silva, propôs que ele comprasse a loja dele, pois tinha planos de se mudar para outra cidade. “Ele me fez perceber que eu poderia ficar com meus dois negócios na mesma cidade: a franquia e a empresa de construção. Aquilo me encheu os olhos.”

Como Silva vinha do setor de construção civil, não foi tão difícil se adaptar ao negócio da Casa do Construtor. No entanto, a experiência com varejo precisou ser adquirida do zero. “Na obra, a minha gestão de pessoas era toda no caderninho: fulano trabalhou tal dia, ciclano em outro. Quando eu comprei a franquia, mal sabia mexer no computador, imagina fazer gestão pelo sistema.”

O antigo franqueado explicou tudo que ele precisava saber, mas o aprendizado veio mesmo na prática. Silva conta que o apoio da franqueadora também foi fundamental para que conseguisse se desenvolver com o tempo, não só para a dinâmica do varejo, mas também na visão de mercado, que precisou ser adaptada: o pedreiro, que ele lidava na obra como funcionário ou prestador de serviço, agora passava a ser cliente.

Silva comprou a franquia em 2016 e vinha estruturando o negócio de olho em 2020. A ideia era aproveitar o ano que prometia ser de um crescimento econômico para deslanchar com o negócio. “Em janeiro, começamos muito bem, fevereiro se manteve, mas março assustou e nos deu uma rasteira. Em abril, o nosso faturamento caiu para 30% do que estava planejado.”

Assim como outros negócios de construção civil, a unidade passou a ver números melhores a partir de maio, com a permanência da quarentena e o aumento de reformas residenciais, que trouxeram um novo público para a empresa. 

Agora, 2021 marca um novo ciclo na trajetória do empreendedor: a necessidade de escolha por um dos lados do balcão. “Percebi que precisaria me dedicar ao negócio se quisesse crescer cada vez mais com ele. Decidi ir diminuindo as obras ao longo de 2019 e 2020 e consegui começar 2021 sem construções programadas. Hoje, 100% do meu tempo é dedicado à franquia.” Assim, ele pretende pavimentar o caminho para atingir o sonhado primeiro milhão da loja de Piedade e se consolidar como um gestor de múltiplas unidades de franquias. 

Fonte:https://revistapegn.globo.com/Franquias/noticia/2021/03/ex-ajudante-de-pedreiro-fatura-r-800-mil-com-franquia-de-equipamentos-para-construcao.html