21/05/2020

Fintech acaba com ligações de cobrança e cresce durante pandemia

A Quero Quitar tem 12 milhões de devedores cadastrados e 20 instituições de crédito parceiras. Startup de comunicação não invasiva com devedores viu crescimento de 50% no último mês.

Pagar dívidas nunca é uma tarefa fácil -- mas fica especialmente difícil quando o devedor recebe ligações constantes e não tem acesso a diversas condições de negociação.

A Quero Quitar busca dar mais poder aos devedores. Essa proposta atraiu não só 12 milhões de usuários cadastrados, mas instituições de crédito buscando um substituto digital aos call centers tradicionais diante desta pandemia e seu isolamento social.

Entre março e abril, o marketplace de devedores e instituições de crédito cresceu 50%. Para este mês, projeta um crescimento similar. Apoiada por um mercado de milhões de brasileiros negativados, a Quero Quitar busca ainda transformar seus 12 milhões de devedores em 40 milhões nos próximos dois meses.

Ideia de negócio: poder para o devedor
Os empreendedores Alencastro Silva, Artur Zular e Marc Lahoud tiveram a ideia para a Quero Quitar em 2013. Lahoud trabalhou no varejo durante 27 anos. Via como os consumidores buscavam crédito e como, depois, os modelos existentes de cobrança não funcionavam e as empresas pagavam muito por eles. "Começamos a construir um serviço completamente digital e focado no devedor. O objetivo é que ele quite as dívidas de uma vez por todas", diz Lahoud.

O mercado é grande: o país tem 62 milhões de consumidores negativados. Em 2019, os sócios Daniel Setton, Renato Orlandin e Rubens Ogawa se uniram à fintech.

A Quero Quitar recebe a carteira de crédito a recuperar e faz uma higienização e enriquecimento dos dados. Respeitando a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (ou LGPD), a fintech alimenta a base da instituição com mais informações dos usuários e classifica quem tem mais propensão ao pagamento.

No lugar de ligações constantes, a Quero Quitar atrai esses devedores por meios de comunicação não invasivos. Anúncios pagos em redes sociais, e-mails e mensagens de celular autorizadas são exemplos.

Os 12 milhões de devedores cadastrados hoje na Quero Quitar podem negociar suas dívidas a qualquer hora ou dia pelo celular, comparando as condições de diversos credores. O pagamento vai diretamente do devedor para a instituição. A Quero Quitar apenas manda alertas lembrando os próximos pagamentos.

Para a fintech se monetizar, as instituições pagam uma comissão a cada negociação bem-sucedida entre devedor e credor.

Além do marketplace de crédito, a Quero quitar oferece conteúdos em educação financeira e renda extra. "Nosso objetivo não é apenas recuperar o crédito para a instituição financeira, mas também tornar esse devedor um consumidor mais sustentável", diz Lahoud.

Coronavírus e crescimento em 2020
A Quero Quitar viu a demanda aumentar nesta pandemia causada pelo novo coronavírus. Muitos call centers tiveram de migrar para uma operação completamente remota ou fechar as portas temporariamente.

"Vimos uma queda de performance nesse canal tradicional. Então, viramos a nova opção de cobrança dessas instituições financeiras. Temos um produto com boa tecnologia, uma empresa com bom modelo de negócio e uma dinâmica de mercado que exige uma migração rápida ao digital", diz Lahoud. Segundo o cofundador, a Quero Quitar tem 20 funcionários. Enquanto isso, um call center teria cerca de 600 membros.

Entre o primeiro trimestre de 2019 e o primeiro trimestre de 2020, a Quero Quitar viu sua receita crescer 6,8 vezes. A fintech fechou seis contratos nos últimos quarenta dias, agora em fase de implementação. A média para o mesmo período era de um a dois contratos.

Apenas de março a abril, o crescimento foi de 50%. O empreendimento estima expansão similar em maio. Nos próximos dois meses, a Quero Quitar projeta ir de 12 milhões para 40 milhões de devedores cadastrados.

Neste ano, o foco está em contatar mais empresas empresas com grande volume de crédito a recuperar. A Quero Quitar também prepara um produto específico para pequenas e médias empresas com alto volume de atendimento. A vertical deve ser lançada ainda em 2020.

Coronavírus e crescimento em 2020
A Quero Quitar viu a demanda aumentar nesta pandemia causada pelo novo coronavírus. Muitos call centers tiveram de migrar para uma operação completamente remota ou fechar as portas temporariamente.

"Vimos uma queda de performance nesse canal tradicional. Então, viramos a nova opção de cobrança dessas instituições financeiras. Temos um produto com boa tecnologia, uma empresa com bom modelo de negócio e uma dinâmica de mercado que exige uma migração rápida ao digital", diz Lahoud. Segundo o cofundador, a Quero Quitar tem 20 funcionários. Enquanto isso, um call center teria cerca de 600 membros.

Entre o primeiro trimestre de 2019 e o primeiro trimestre de 2020, a Quero Quitar viu sua receita crescer 6,8 vezes. A fintech fechou seis contratos nos últimos quarenta dias, agora em fase de implementação. A média para o mesmo período era de um a dois contratos.

Apenas de março a abril, o crescimento foi de 50%. O empreendimento estima expansão similar em maio. Nos próximos dois meses, a Quero Quitar projeta ir de 12 milhões para 40 milhões de devedores cadastrados.

Neste ano, o foco está em contatar mais empresas empresas com grande volume de crédito a recuperar. A Quero Quitar também prepara um produto específico para pequenas e médias empresas com alto volume de atendimento. A vertical deve ser lançada ainda em 2020.

O crescimento da fintech também deve ser financiado com uma rodada série A, prevista para o final do ano. A Quero Quitar já passou por acelerações do InovaBra (Bradesco) e da Wayra (Telefônica). Caso a nova rodada se concretize, a Quero Quitar projeta um crescimento de cinco vezes nos cadastrados e de quatro vezes na receita seis meses após a injeção de capital.

O contágio pelo novo coronavírus já deverá estar desacelerado -- mas a demanda de crédito não tem data para colocar o pé no freio.

Fonte:https://revistapegn.globo.com/Startups/noticia/2020/05/fintech-acaba-com-ligacoes-de-cobranca-e-cresce-durante-pandemia-coronavirus.html