Com veículos elétricos, reciclagem e investimento em P&D, empresa quer se tornar neutra em emissão de carbono até 2025.
O iFood anunciou nesta quinta-feira (25/03) um novo programa chamado iFood Regenera, seu plano de impacto ambiental positivo. A startup atuará em duas grandes frentes: uma voltada para acabar com a poluição plástica nas suas operações de delivery; e outra para tornar-se neutra em emissão de carbono até 2025.
Para isso, a empresa investirá em diversas iniciativas, como veículos elétricos, pesquisa e desenvolvimento, embalagens sustentáveis e cooperativas de reciclagem para ampliação da capacidade produtiva e aumento de renda dos cooperados. Gustavo Vitti, vice-presidente de Pessoas e Soluções Sustentáveis no iFood, conta que o projeto ganhou velocidade de setembro de 2020 para cá. “Sentimos o impacto de sermos considerados um serviço essencial e nos chamou a atenção saber que fazíamos parte de um ecossistema”, diz. Ao mesmo tempo, o projeto também nasceu para se alinhar com o propósito dos empreendedores por trás da empresa, que acreditam que as companhias terão um papel maior, muito além do negócio no futuro. “Quando juntamos essas duas percepções, entendemos que precisávamos andar de mãos dadas com o meio ambiente."
Em relação à emissão de CO2, o iFood Regenera passará a mensurar, reduzir e neutralizar todas as emissões do negócio. Para executar o plano, o iFood fechou uma parceria com uma fabricante de motocicletas elétricas de Pernambuco, com capacidade para produzir 600 veículos por mês. O que expandirá a partir de agosto, quando a empresa iniciará as operações de uma nova fábrica na Zona Franca de Manaus, com capacidade para produção que chegará a 100 mil motocicletas até 2022.
A fim de facilitar a aquisição dos veículos, o iFood fechou parceria com bancos para a liberação de crédito para os entregadores adquirirem seus veículos sob condições especiais. A ideia é que as primeiras motos elétricas rodem em fase de testes já em abril. Em paralelo a isso, a empresa expandirá a atuação do iFood Pedal, parceria com a startup Tembici, para a produção de bicicletas elétricas. A ideia é levar o modelo para três capitais além de São Paulo e Rio de Janeiro até o fim deste ano. Segundo o vice-presidente, o objetivo é que 50% das entregas do iFood sejam feitas por veículos não-poluentes até o fim de 2025.
Outra medida anunciada foi que a empresa passa a contar com a parceria da Moss.Earth, de tecnologia do mercado de carbono, que contabilizou as emissões do iFood. Com base nisso, a empresa criou um planejamento de investimento em projetos de preservação ambiental e reflorestamento. Outra ação será olhar para o escritório, que passará a fazer uso racional de recursos, reutilizará água e terá fontes de energia limpa. Além disso, está prevista a criação de uma horta na sede do iFood em São Paulo, com a finalidade de distribuir a comida produzida internamente para comunidades da região. A expectativa é que a empresa produza 1 tonelada de alimentos por mês no espaço.
Por último, a empresa iniciará outro processo de parceria com fazendas solares para disponibilizar essa alternativa energética para restaurantes parceiros. A ideia é que pelo menos 500 restaurantes já tenham acesso à novidade até abril. “Com base no sucesso do teste, a gente escala para mais empreendimentos. É assim que trabalhamos.”
Plástico
Já em relação ao plástico, o iFood também tomará uma série de novas medidas. A primeira delas será uma parceria com institutos de pesquisa para iniciar um estudo em larga escala sobre embalagens sustentáveis alternativas ao plástico. “Hoje, existem alternativas, mas pouco escaláveis ou financeiramente inviáveis. É nesse ponto que vamos atacar”, diz. A ideia é que mais novidades sejam divulgadas nos próximos meses.
Outra ação é que o app vai passar a oferecer aos clientes a escolha de receberem ou não talheres plásticos e itens descartáveis. Testado em fase beta com mil restaurantes nas últimas semanas, a empresa contabilizou que 90% dos usuários recusam os materiais de plástico. Restaurantes que usarem menos plástico receberão um selo de sustentabilidade dentro do próprio aplicativo. Por último, o iFood fará investimentos em maquinários e infraestrutura de cooperativas de reciclagem espalhadas pelo país.
“Queremos fomentar a reciclagem e destravar o potencial do Brasil nessa indústria. Acreditamos que são empresas com esses tipos de ações que sobreviverão no futuro”, diz o vice-presidente.
Fonte:https://revistapegn.globo.com/Startups/noticia/2021/03/ifood-anuncia-plano-para-zerar-impacto-ambiental-da-empresa.html