Criada em um projeto de empreendedorismo dentro da Positivo Tecnologia, startup planeja ganhar mercado na América Latina.
Quantum, startup brasileira especializada em smartphones, completou dois anos em setembro. Numa festa em São Paulo para comemorar o aniversário, a empresa lançou mais dois modelos de smartphones (veja abaixo) e anunciou que, ainda em 2017, venderá seus aparelhos no Chile, Argentina e Uruguai.
Antes de atravessar as fronteiras do país, a empresa testou o modelo de vendas internacionais no Paraguai. “O processo funcionou bem e mostrou que existe mercado para a gente na América Latina”, afirmou Thiago Miashiro, head of business da Quantum e um dos cofundadores da startup ao lado de Vinicius Grein, head de produtos, e Marcelo Reis, general manager.
Apesar do desafio, os três empreendedores que comandam a empresa estão seguros. “A Quantum é uma marca forte no mercado brasileiro, tem uma linha de produtos madura e uma operação consolidada. A exportação é um passo natural que precisamos enfrentar para a empresa continuar num bom ritmo de crescimento”, diz Reis.
O passo para a exportação é ousado, mas necessário. Os quatro países, juntos, venderam, no ano passado, cerca de 25 milhões de novos smartphones. E a Quantum considera que tem competitividade para ganhar uma boa fatia dessas vendas com seus smartphones que misturam tecnologias de ponta por um preço mais baixo do que os concorrentes. A exportação também é uma estratégia para a Quantum não só depender do mercado brasileiro, onde a Samsung, Motorola e Lenovo detêm 72% do market share; e os outros fabricantes, entre eles a própria Quantum e a Apple, disputam os 28% restantes, segundo dados da consultoria Counterpoint Research.
Inspiração
A Quantum, que nasceu a partir de um projeto de empreendedorismo dentro da Positivo Tecnologia, é uma surpresa, diz Hélio Bruck Rotenberg, fundador e presidente da empresa.
“Eu sempre acreditei neles e esperava, sim, o sucesso da marca, mas não nessa velocidade. Ainda mais nesses anos de recessão e crise no varejo”, diz.
A startup, diz Rotenberg, conseguiu fazer uma leitura muito eficaz do que o consumidor brasileiro deseja, fruto da interação que Reis, Miashiro e Grein têm com os consumidores. Recentemente, numa entrevista para o site da Pequenas Empresas & Grandes Negócios, ele afirmou que o trio gasta horas ouvindo os clientes por telefone e respondendo a mensagens para entender melhor o que eles gostam e não gostam nos produtos da marca.
Segundo Rotenberg, o trabalho rende frutos e a Quantum já incomoda as marcas multinacionais.
“Elas sempre acreditaram que não seriam incomodadas e que os fabricantes brasileiros nunca teriam tecnologia para ultrapassá-las. A coisa começou a mudar com as inovações propostas pelos garotos da Quantum”, diz.
O sucesso da Quantum, afirma Rotenberg, tem sido inspirador para a empresa. Recentemente, a Positivo Tecnologia comprou a Hi Technologies, uma startup na área de medicina; e lançou o Inove Positivo, programa de inovação que vai investir em startups com ideias disruptivas. “A chave mudou. Agora, estamos de olhos nos empreendedores. Eles aceleram a inovação da empresa em vários aspectos”, diz.
Novos modelos
Os novos smartphones apresentados pela Quantum foram os modelos Sky e V. Ambos foram construídos a partir de uma pesquisa que ouviu mais de seis mil pessoas de várias partes do Brasil.
O Quantum Sky tem uma bateria de longa de duração e grande capacidade de memória interna. As câmeras são de alta definição, mesma a frontal, usada para selfies. “Brasileiros querem sair bem na foto”, diz Grein. O aparelho sai por R$ 1.349.
Já o Quantum V inova com um projetor laser embutido na parte superior do aparelho – ele pode ser usado para projetar filmes como uma televisão de 80 polegadas e, ainda, para apresentações em PPT em salas de aula ou na empresa. O custo dele é R$ 1.799.
Fonte:http://revistapegn.globo.com/Startups/noticia/2017/08/quantum-faz-dois-anos-com-novos-smartphones-e-plano-de-exportacao.html