12/12/2019

Startup cria 'cashback social' que transforma compras em doações para projetos

Proposta da Igual é permitir que clientes destinem recursos financeiros a iniciativas sem gastar dinheiro. Valor é abatido do montante recebido pelas lojas parcerias.

Em português, a tradução literal de cashback seria 'dinheiro de volta'. Espécie de crédito gerado a partir de gastos, ele permite que consumidores usem o valor em compras futuras ou até o enviem para uma conta-corrente. Mas uma startup criou uma versão que desafia o significado do termo. Os 'iguais', como são chamados os créditos distribuídos pela Igual, não viram dinheiro. Em vez disso, são destinados a projetos sociais escolhidos pelos clientes.

A solução foi desenvolvida por Marcelo Raimondi, 45, Gabriel Pinheiro, 30, e André Mendes, 30. Convictos de que era possível gerar impacto a partir do consumo, eles primeiro pensaram em criar um cartão de crédito que convertesse gastos em doações. No entanto, o contato com fundos de investimento e mentores os fez entender que a proposta poderia ser ainda mais simples. 

Com elas, o consumidor pode escolher um ou mais projetos para apoiar. A plataforma faz a curadoria das iniciativas e instituições beneficiadas. Rodando em fase de testes desde setembro, a Igual bateu em três meses sua primeira meta de arredacação. Foram reunidos 1,2 milhão de iguais, ou R$ 4 mil, para a Fundação do Rim, que atua em Fortaleza para diminuir a fila dos transplantes do órgão.

A plataforma hoje funciona em dois estabelecimentos de São Paulo (SP) e tem aproximadamente 100 usuários. Por enquanto, os 'iguais' são destinados por meio de um tablet presente na loja. A startup espera lançar um aplicativo para os usuários em janeiro de 2020.

Até o segundo semestre, o plano é ter 50 lojas parcerias e 50 projetos cadastrados. Além de receber os iguais dos usuários, elas podem ser apoiadas diretamente pelas marcas. "Uma empresa pode, por exemplo, se propor a dobrar ou quintuplicar o número de iguais que forem destinados ao projeto pelos clientes", diz Marcelo Raimondi.

A médio e longo prazo, o plano é trazer ao aplicativo outras funcionalidades, como as de pagamentos com QR Code e carteiras digitais (eWallets). Já a projeção do ponto de equilíbrio (break-even) da startup é de 12 meses a partir do lançamento do aplicativo.

Fonte:https://revistapegn.globo.com/Impacto-social/noticia/2019/12/startup-cria-cashback-social-que-transforma-compras-em-doacoes-para-projetos.html