A cearense Nicole Hissa é fundadora do GoBag, aplicativo que já tem mais de 40 lojas de roupas e acessórios no portfólio e cresce 15% ao mês durante a pandemia.
Escolher roupas pela internet e poder experimentar antes de comprar é a proposta da GoBag, empresa fundada pela empreendedora Nicole Hissa, 22, no final do ano passado em Fortaleza (CE). A empresa acaba de anunciar a chegada a São Paulo.
A ideia do negócio surgiu de uma necessidade da própria Nicole. “Achava desconfortável experimentar roupa em shopping center e a compra online sempre tinha problema para devolução e demora na entrega.” O investimento estimado no desenvolvimento da plataforma foi de R$ 300 mil.
O timing ajudou a popularizar a GoBag na capital cearense. A operação iniciou em janeiro e em abril, primeiro mês completo dentro da pandemia, o crescimento foi de 30%. De lá para cá o negócio tem crescido cerca de 15% ao mês.
O público-alvo da GoBag é majoritariamente das classes A e B. No catálogo, já existem mais de 40 lojas, como WestFall, Athos, Monique Benevides e Audace Joias, que disponibilizam roupas, bolsas, sapatos, carteiras e outros artigos.
O cliente seleciona o produto no aplicativo, deixa o valor pré-aprovado no cartão de crédito ou débito e em até duas horas uma funcionária da empresa, chamada de GoGirl, leva a mala higienizada com os itens, que devem ser provados e devolvidos em até 48 horas. “Pode pedir a mesma roupa em tamanhos diferentes, como na loja. Se comprar, o pagamento será no cartão. Se devolver, o cartão é desvinculado imediatamente”, diz Nicole.
A empreendedora afirma que o recurso é seguro tanto para o cliente quanto para o lojista. Se o cliente devolver parte das peças, só será cobrado o que ficou com ele. Além disso, há proteção contra a violação dos itens. “Desenvolvemos um lacre de segurança que, se ele violar, não consegue mais devolver.”
O serviço é parecido com o Prime Wardrobe, oferecido pela Amazon, nos Estados Unidos desde 2018. Nele, o cliente escolhe oito itens e tem até sete dias para experimentá-los e devolvê-los.
No sistema da GoBag, quando as roupas retornam para a loja, há um protocolo de higienização e quarentena das peças.
O objetivo de Nicole é atingir 200 lojas em São Paulo até o final do ano. Para isso, vai arcar com a logística dos produtos durante o lançamento. “Nesse primeiro momento, os lojistas só vão pagar se venderem, e o contrato não tem fidelização.”
A empreendedora enxerga o mercado paulistano como uma oportunidade de fazer a GoBag crescer ainda mais. “Tem muitas marcas que queremos atingir. Visamos ir para outros estados posteriormente, mas primeiro queremos crescer em São Paulo.”
O que pode favorecer a empreendedora é que boa parte das lojas reabertas têm trabalhado com os provadores fechados. De acordo com o Sebrae, não existe uma regulamentação sobre o uso desses espaços durante a quarentena, mas a prática tem sido adotada pela maioria dos lojistas do ramo.
A entidade desenvolveu um manual de boas práticas para a retomada dos serviços de Moda. A orientação é que os provadores sejam, de fato, interditados durante esse período. Em situações onde é extremamente necessário ter a prova de peças no local, é aconselhado ter apenas um provador em funcionamento, higienizado a cada uso. As peças tocadas pelos clientes devem ser higienizadas com álcool.