25/05/2021

Franquia de parques vira “creche sob demanda” na pandemia e se expande em buffets infantis

YouPlay tinha expansão focada em shopping centers, mas unidade de rua acabou sendo adotada por pais e mães em home office como opção a creches. Agora, empresa se expande por novos formatos.

Há alguns anos, Giuliano Carioca abandonou a carreira de TI e criou um parque para ter mais tempo com os cinco filhos, o YouPlay. A empresa se estabeleceu como uma área fixa de entretenimento e aprendizado para crianças em shopping centers e se expandiu por franquias, chegando a faturar R$ 15 milhões em 2019, com 24 unidades. No entanto, com a chegada da pandemia, ele precisou adaptar o negócio.

Já estava previsto que Carioca abriria a primeira unidade de rua da marca m 2020, na região de Moema, em São Paulo. O espaço contaria também com outros serviços, além dos já prestados pela YouPlay, como aula de música e de idiomas. Com o início da quarentena, ele precisou postergar a inauguração de março para novembro, quando as flexibilizações no estado estavam mais avançadas.

“Começou a dar muito certo como creche, principalmente para mães e pais que estavam em home office. Funcionou muito no sistema de day care, e virou praticamente o playground da região, com um serviço de custódia”, afirma Carioca.

O empreendedor diz que a rede, como um todo, teve um aumento de 40% na procura por planos diários, o que compensou a queda na contratação de serviços avulsos (que é quando os pais contratavam a YouPlay por hora, em visitas aos shoppings, por exemplo). Com isso, ele redesenhou o esquema da prestação de serviços. “Revimos a metodologia com a ajuda de psicopedagogos. Antes, tínhamos uma hora e meia para manter a criança entretida, na maior parte dos casos, agora precisamos de planos de quatro a seis horas.”

A procura deu uma ideia para Carioca: levar o modelo de negócio para mais pontos de rua, em outras regiões. Tanto em espaços exclusivos, quanto com a aplicação do método em empresas já existentes, como buffets infantis – que também enfrentaram dificuldades por conta do período sem festas –, lojas de departamento, condomínios comerciais e residenciais e clubes, por exemplo.

Dessa forma, conseguiria se expandir e ainda atender a candidatos que têm o perfil para lidar com o negócio, mas não conseguiriam todo o investimento ne essário para abrir uma unidade de shopping centers, estimado em quase R$ 500 mil. Carioca passou a ministrar cursos on-line para este perfil de empreendedores menos capitalizados. “Acreditamos que eles podem começar em um imóvel alugado ou em outro espaço e, quando começarem a se desenvolver, podem estar prontos para comprar uma franquia.”

Desde o início do ano, o formato já foi implementado em quatro buffets. Nesse modelo de negócio, o empreendedor pode trabalhar com o day care e diária de alimentação. “O público-alvo são os pais que estão trabalhando em home office e têm crianças que não dispõem de estrutura escolar no momento, ou aqueles que precisam de um final de semana, por exemplo.”

Um dos novos franqueados é o Derli Joaquim Rodrigues da Rocha, dono do buffet Auê, em Santana, na zona norte de São Paulo. Em nove anos de atividade, o espaço já realizou mais de 2,5 mil festas, mas o volume caiu cerca de 80% desde o início da pandemia. Assim, eles foram procurar outras formas de rentabilizar o espaço e encontraram o modelo de negócios da YouPlay, que lhes permitiram passar a ter retorno até em dias de semana, momentos em que o buffet costumava ficar ocioso.

"Ficamos entusiasmados com a reação positiva de nossos clientes assim que passamos a divulgar a disponibilidade desse novo serviço. Esperamos poder desenvolver ainda mais volume para esse novo negócio mesmo com o retorno à normalidade, no pós-pandemia", afirma Rocha. 

Com isso, a YouPlay agora trabalha com três tipos diferentes de franquia: formato “nanofranquia”, que é o negócio aplicado a buffets, por exemplo, com investimento inicial entre R$ 30 mil e R$ 50 mil.

Há também a microfranquia para pontos de rua, com investimento médio de R$ 90 mil; a franquia completa para pontos de rua, que demanda um aporte inicial entre R$ 150 mil a R$ 200 mil; e a tradicional de shopping centers, que custa entre R$ 350 mil a R$ 500 mil.

No momento, o foco de expansão da marca são os pontos fora de shopping centers e há possibilidade de linhas de financiamento com a própria franqueadora. “Podemos ter uma unidade em qualquer cidade acima de 30 mil habitantes”, diz o empreendedor.

Por conta das restrições que ainda permanecem nas cidades, Carioca afirma que a capacidade dos locais está reduzida e isso também se aplicará às novas inaugurações – o que deve ser considerado na previsão de retorno do investimento. O negócio é formatado para comportar até 100 crianças simultaneamente, mas o máximo permitido no momento são 20.

Fonte:https://revistapegn.globo.com/Franquias/noticia/2021/05/franquia-de-parques-vira-creche-sob-demanda-na-pandemia-e-se-expande-em-buffets-infantis.html